Controle glicêmico e alimentação: uma combinação que dá certo
O controle glicêmico, ou seja, o monitoramento do nível de glicose no sangue, faz parte do dia a dia de todos aqueles que buscam uma vida saudável. Aliado à uma rotina de exercícios físicos e à adesão ao tratamento medicamentoso (quando indicado pelo médico), constitui a base das principais recomendações para controle do diabetes.
Mas não para por aí: seguir uma dieta atenta ao índice glicêmico (IG)* dos alimentos possui benefícios não óbvios, como a redução do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de alguns tipos de câncer, como o de mama e o colorretal. É o que contou a doutora em Nutrição Humana Aplicada e pesquisadora do Food Research Center (FORC/CEPID/FAPESP),
“A glicose intracelular é o principal fator do dano tecidual, com alteração estrutural, funcional e aumento da inflamação da parede arterial. Além disso, a ingestão de alimentos que provocam elevada resposta glicêmica promove alta liberação de insulina, estimulando a atividade do IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina), que pode encontrar receptores em células tumorais”, explica Giuntini.
CONTROLE GLICÊMICO COM SABOR E PRATICIDADE
Quem está de olho no pes também pode colher os benefícios de uma alimentação de baixo IG. “A ingestão de alimentos que impactam a glicemia exige uma alta liberação de insulina para a captação da glicose sanguínea pelos tecidos. Quando não há mais glicose circulando, a insulina plasmática continua elevada, provocando a sensação de fome e consequente consumo elevado de comida”,
– Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha e grão de bico são fontes de fibras solúveis, antioxidantes, vitaminas e proteínas que evitam oscilações nos níveis de glicose e previnem doenças cardiovasculares.
TOS QUE AJUDAM NO CONTROLE DA GLICEMIA
Alimentos que não podem faltar
– Canela: alimento termogênico, antioxidante. Possui cromo, nutriente que melhora o controle glicêmico, evitando picos de glicemia. Aumenta a sensibilidade à insulina, prevenindo a diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
– Maçã: concentra na casca a fibra pectina que controla a glicemia (promovendo a absorção gradativa da glicose), reduz o mau colesterol, prolonga a sensação de saciedade e regula o intestino.
– Brócolis: possui sulforafano, antioxidante que reduz a produção de glicose pelo fígado e ajuda a produzir enzimas que protegem os vasos sanguíneos.
– Grãos integrais: quinoa, chia, linhaça e outros grãos contém fibras e proteínas que auxiliam no controle glicêmico e promovem maior saciedade.
– Aveia: alimento de baixo índice glicêmico, libera glicose lentamente no organismo. Também contribui com a melhora na sensibilidade à insulina.
– Oleaginosas: nozes, castanhas, macadâmia, amêndoas e outras oleaginosas possuem magnésio, gorduras saturadas e ácidos graxos mono e poli-insaturados que controlam os níveis de açúcar no sangue.
Mais cuidados
Estes alimentos não substituem o uso da medicação, mas podem servir como complemento no controle da glicemia.
Ao ingerir carboidratos, prefira sempre os de baixo índice glicêmico, pois são absorvidos lentamente pelo organismo.
Respeite os horários entre as principais refeições e os lanches durante o dia, com intervalo de no mínimo 2 horas entre uma e outra.
Controle os níveis de glicose diariamente para evitar descompensações e possíveis complicações. As medições devem ser feitas antes e após as refeições, indicando se o nível de açúcar no sangue está ideal.
Conclusão
Investir em uma alimentação saudável, praticar atividades físicas, fazer o uso correto da medicação e controlar os níveis diários de glicose são essenciais para prevenir alterações na glicemia.