Médico
mostra em congresso que vitamina D tem efeito positivo no tratamento da
esclerose múltipla
Cerca de 70% dos portadores da
doença apresentam níveis muito baixos da vitamina, o que pode representar
aumento de surtos neurológicos
Médico
graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com título de
especialista em medicina interna e neurologia pela mesma instituição, e em
neurologia pediátrica pelo Jackson Memorial Hospital, da Universidade de Miami
(EUA), Cícero Galli Coimbra – neurologista e professor do Departamento de
Neurologia e Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo – é um dos
palestrantes do II Congresso Latino-Americano da World Society of Anti-Aging
Medicine (WOSAAM), que acontece entre 19 e 21 de outubro, em São Paulo. Cícero
Coimbra vai palestrar sobre o tema ‘Vitamina D: Doenças Autoimunes e Indicações
Clínicas Expandidas’.
A
vitamina D tem o poder de combater a pressão alta, controlar o peso e afastar o
risco de tumores, além de ser essencial para prevenir e cuidar da osteoporose.
Mas ela também vem sendo usada para tratar pacientes diagnosticados com
esclerose múltipla. Defensor dessa proposta da terapia do uso da vitamina D, o
pesquisador esclarece que mais de 800 portadores da doença estão recebendo doses
do composto. “Os efeitos positivos da vitamina D no tratamento de doenças
autoimunes, incluindo a esclerose múltipla, são inegáveis. Mas as doses de
suplementação devem ser definidas individualmente, levando em consideração
diversos fatores. Portanto, o tratamento deve ser realizado sempre sob
supervisão médica, com o devido acompanhamento laboratorial”, salienta.
Essa
terapia não se caracteriza como um tratamento alternativo, mas de reconstituir
o mecanismo desenvolvido pela própria natureza, com o objetivo de evitar a
agressão autoimunitária contra o organismo. Segundo o Dr. Coimbra, cerca de 70%
dos portadores de esclerose múltipla têm níveis muito baixos de vitamina D,
podendo apresentar mais surtos neurológicos. Por isso, ele defende que essa
estatística deveria servir para orientar os médicos a receitarem a substância.
Pré-hormônio
No
meio científico, a vitamina D é considerada um pré-hormônio, pois é
transformada em diversas células no hormônio calcitriol, capaz de modificar 229
funções biológicas no organismo. Ela é produzida pelo próprio corpo, com o
auxilio da luz solar. Quando há exposição ao sol, os raios ultravioletas são
absorvidos e atuam com o colesterol, transformando-o num precursor da vitamina
D, que atua como um hormônio mantendo as concentrações de cálcio e fósforo no
sangue.
O
neurologista explica que hoje já se sabe cientificamente que a deficiência de
vitamina D está associada à possível ocorrência e gravidade de todas as doenças
ou manifestações autoimunitárias, incluindo, além da esclerose múltipla, a
neurite óptica, a doença de Devic e a doença de Guillain-Barré.
“Existem
inúmeras fontes científicas que evidenciam a necessidade ética de não permitir
que pessoas, portadoras ou não dessas doenças ou distúrbios, sejam mantidas com
deficiência de vitamina D. Isso porque milhares de pessoas jovens, portadoras
de esclerose múltipla, ficam cegas e paraplégicas apenas por falta de uma
substância que poderia ser administrada sob a forma de gotas, em uma única dose
diária, o que lhes devolveria a perspectiva certa de uma vida normal”, resume
ele.
O
médico lembra ainda que pacientes tratados com a suplementação de vitamina D
apresentam nível normal de qualidade de vida, mantendo-se livres das agressões
do sistema imunológico, podendo ser considerados ex-portadores da doença.
Para saber mais sobre o II Congresso Latino-Americano da World
Society of Anti-Aging Medicine (WOSAAM), acesse o sitehttp://www.regencyeventos.com.br/evento/index.php?cod_eventos=23&cod_idiomas=1.
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